ESCONDER SPOILERS

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Entre les murs - Entre os Muros da Escola (2008)

"- Trés bien que t'aies lu ça.
- Je sais. C'est pas un livre de pétasse."


Esse filme está comigo há aproximadamente dois anos, mas nunca tive vontade nenhuma de assisti-lo, o tema abordado nunca me interessou de verdade (ou pelo menos o tema que eu imaginava ser abordado, pois não procurei muitas informações sobre o filme). Eu só tinha o filme porque uma amiga que trabalhava na área de ensino me passou.

Bom,  tinha até esquecido que ele estava por aqui, quando navegando pelo IMDB eu acabei chegando nesse mesmo filme e por incrível que pareça a sinopse me chamou a atenção. Vendo o nome do filme eu me lembrei dele e resolvi finalmente assisti-lo, afinal de contas parecia ter uma história decente, uma nota alta e era francês, todos pontos a seu favor.

Vi o filme. Todos os cento e vinte e oito minutos. Para ser totalmente honesto ele não pareceu ser tão longo assim, o que sempre é uma coisa boa, e o filme em si não é mal feito nem nada assim, mas ele se concentra muito no lado pedagógico da coisa. Em como um professor tenta lidar com uma classe multiétnica (não sei se isso é uma palavra de verdade, mas vou usa-la mesmo assim...), como as conversas na sala dos professores se desenvolvem, que tipo de didática é melhor, como bolar novos métodos de ensino e como disciplinar os alunos e por ai vai.

Infelizmente (para mim) eu estava certo desde o começo, esse assunto não me interessa nem um pouco! Ainda se eles tivessem aproveitado e trabalhando um pouco que fosse com o dia-a-dia de cada um dos alunos na sociedade parisiense, dadas suas diferentes culturas e etnias, (afinal como todos nós sabemos os franceses não sãos os mais receptores quando se trata de estrangeiros) aí sim o filme teria me interessado muito mais.

Porem não foi assim que eles resolveram construir a história do filme, o que em minha opinião resultou em algo um tanto monótono em sem nada que prendesse minha atenção de verdade. Pelo que pesquisei o François Bégaudeau, que faz o papel do professor, é na vida real além de ator, escritor e jornalista. Acho que contribuiu bastante para o clima meio de documentário do filme.

Eu entendo o porque dessa minha amiga ter achado o filme interessante. Para quem atua na área da educação creio que o filme tenha um apelo muito maior e não seja só muito interessante, mas também instrutivo e leve até a grandes reflexões. Por outro lado, para quem não tem contato com isso diretamente e não tenha nem uma mínima curiosidade em como todo o processo funciona, acaba não vendo nada de especial no filme.

Por esse motivo só recomendaria o filme para quem trabalha com pedagogia ou tem  interesse sobre o tema, pois apesar de não ser ruim, como filme ele não me agradou não.

O trailer dessa vez é muito bom, consegue passar a essência do filme e não estraga em nada o restante. Quem gostou do trailer vai gostar também do filme.





segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Mighty Aphrodite - Poderosa Afrodite (1995)

"- Look, here's a man who killed his father and slept with his mother.
- I hate to tell you what they call my son in Harlem."

Esse foi o primeiro filme do Woody Allen que eu vi, ou pelo menos o primeiro que eu tenha qualquer lembrança de haver assistido. Demorei bastante até para chegar a ver alguma coisa dele, sei que tive algumas oportunidades de ver outros filmes antes desse, mas nunca havia chegado de fato a assisti-los. Não consigo deixar de pensar que isso seja um pouco por culpa do meu pai. Ele sempre considerou (e ainda considera) os filmes do Woody Allen muito chatos, e como ele tem um gosto muito bom (para outras coisas que não filmes mais "cults", como acabei descobrindo) eu acabava nem “perdendo tempo” vendo nada produzido pelo Woody.

Não lembro exatamente porque finalmente resolvi assistir a esse, mas não posso ficar mais feliz por tê-lo feito. Descobri que os filmes dele não são apenas muito divertidos, mas também extremamente bem feitos e, além disso, alguns deles têm mensagens muito legais, que nos fazem parar pra pensar.

Depois disso resolvi me recuperar e literalmente assisti a quase tudo que ele produziu. Se não me engano faltam uns seis ou sete filmes para ver tudo o que ele fez até hoje. Curiosamente são as coisas do meio de sua carreira. Ele começou com comédias, (algumas excelentes, como a Love and Death, um dos filmes mais engraçados que já vi até hoje) nada mais natural, afinal antes disso ele trabalhava como comediante de stand up. A partir do Annie Hall (que talvez seja seu filme mais famoso, ele acabou fazendo filmes mais puxados para o drama, só que não totalmente, coisas mais focadas nos altos e baixos dos relacionamentos).

Mas o objetivo aqui não é falar do Woody Allen (apesar de não parecer), mas do Mighty Aphrodite, o qual em minha opinião é um dos melhores filmes dele, muito melhor até que o próprio Annie Hall. Ele consegue mesclar comédia com um pouco de drama (o que alias é uma das marcas do Woody Allen). Gosto muito do que ele faz nesse filme, misturando as cenas das pessoas no coro, algo que lembra muito mais as tragédias gregas com o restante da história que está sendo contada, isso dá um toque único ao filme.

Foi bem interessante ver a Helena Bonham Carter atuando em um filme que não fosse do Tim Burton (ou seja, um filme onde ela age como uma pessoa normal), já tinha visto ela em outros filmes, e como disse antes eu havia menosprezado o seu talento, ela é uma ótima atriz. Gostei bastante também da Mira Sorvino (Não vi nenhum outro filme com ela, mas achei que sua voz parecia muito com a Miss Piggy dos Muppets, não sei se a voz dela é assim mesmo ou ela usou somente para esse personagem), acho que ela é de longe a melhor nesse filme, sempre que aparece rouba a cena. Como também já disse em algumas outras oportunidades, gosto muito de ver o próprio Woody Allen atuando (apesar de no último filme dele ter achado que ele deixou a desejar), porém nesse ele ainda estava excelente.

Recomendo esse filme a qualquer um mesmo, sem restrição! E a qualquer momento! Se você estiver sem fazer nada, assista agora mesmo. Ou melhor, acabe a leitura aqui e corra atrás de uma cópia do filme. Não importa já assistiu, assista novamente. Agora! Vale a pena.

O trailer também é bom, sucinto, sem dúvida nenhuma, mas é bom.




Novamente não sei até onde isso é legal, mas procurando pelo trailer encontrei uma versão com o filme todo. Sem legenda, mas quem quiser assistir, aqui está:

http://www.youtube.com/watch?v=8-WpM2sFAWg


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

The Tree of Life - A Árvore da Vida (2011)

"Where were you when I laid the foundations of the Earth, when the morning stars sang together, and all the sons of God shouted for joy?" Job 38:4,7 

Não tive interesse de ver esse filme quando ele foi lançado e não o teria visto agora se não tivessem me dito que era muito bom e pedissem que eu fizesse um review dele. Acabei então assistindo.

Muitas vezes acabamos perdendo filmes excelentes por não dar muito crédito a eles. Esse com certeza não é o caso do “A árvore da vida”. Apesar de não ter uma nota baixa no IMDB e ter uma fotografia muito bonita, como filme ele é ruim, muito ruim eu diria.

Os primeiros quarenta minutos são totalmente dispensáveis, apenas um amontoado de imagens bonitas mas sem nenhuma espécie de sentido. Tive a impressão de estar vendo um documentário sobre o planeta Terra, o universo e vida microscópica. De vez em quando uma frase curta era dita, mas tudo sem nenhum nexo.

Antes que alguém diga alguma coisa, sim, eu entendi o objetivo dele com a montagem das imagens e tudo mais, só que não ficou legal e não é minimamente relevante para o resto do filme.

Só porque você coloca umas imagens bonitas e fala paulatinamente sobre algo triste não transforma automaticamente o que você está dizendo em algo profundo. O pano de fundo desse começo foi a morte de um dos irmãos, mas foi algo feito de uma maneira tão abrupta e superficial que não teve impacto nenhum em mim. O personagem não foi desenvolvido e trabalhado o suficiente para que eu tivesse criado qualquer tipo de ligação ou simpatia por ele. Lidar com a morte de alguém não é necessariamente sinônimo de um filme tocante ou filosófico, é preciso trabalhar o tema.

Bom, depois desses quarenta minutos onde eu tive que me segurar para não desligar o filme e ir fazer outra coisa melhor como, por exemplo, ficar olhando a grama crescer, eles finalmente começam a montar algo que se aproxime de um filme de verdade. Mas de uma maneira esparsa e excessivamente lenta, o que eles usaram quase uma hora e vinte podia muito bem ser feita na metade desse tempo. Faltou ritmo nessa “segunda parte”.

E o filme não é curto, tem cento e quarenta minutos, ou seja, usaram quase duas horas e meia para algo que poderia muito bem ser feito em noventa minutos. Ele não é como o Cloud Atlas, que é longo, (muito longo!), mas tem um motivo válido, aqui o filme só se arrasta por duas horas e vinte pelo simples fato de poder ocupar esse tempo.

Outra coisa que também achei totalmente sem propósito: o personagem do Sean Penn. Ele deve aparecer por uns cinco minutos se somarmos tudo para dizer duas ou três frases curtas. Parece que só resolveram colocar ele no filme para poder dizer "O nosso filme é estrelado pelo Sean Penn!".

Eu consigo entender porque algumas pessoas gostaram do filme, pois no geral ele não mal feito. Fora o começo totalmente horrível, as atuações na segunda parte do filme não são ruins, e a ambientação também não deixa a desejar. Mas eu não gostei nem um pouco e não irei recomendá-lo para ninguém, pois achei a história fraca, mal estruturada  e desenvolvida.

O trailer tem mais ou menos os mesmos problemas. Imagens bonitas sem nenhuma espécie de ligação não fazem um bom filme (ou trailer). Esse diretor estaria bem melhor montando aquelas apresentações motivacionais que recebemos por email de vez em quando...