"- Se bater nele, ele vai bater em você. Isso nunca vai acabar. Você não entende? É assim que as guerras começam.
- Não se você bater com força da primeira vez."
- Não se você bater com força da primeira vez."
Quando li o nome do filme "Hævnen"
e como a adaptação dele pra inglês foi "In a better world" eu
estupidamente achei que o nome original do filme era "Céu". Não céu
de "sky" mas céu no sentido
de "paraíso". O que não faz sentido nenhum se você assiste ao filme,
se o paraíso é assim, não quero nem saber como seria o inferno.
Resolvi olhar a tradução da palavra na internet e
qual não foi minha surpresa quando descobri que "Hævnen" na verdade
significa "vingança", ou algo nessa linha. Tudo passou a fazer muito
mais sentido. Já disse uma vez e vou dizer de novo, não sei quem faz essas
adaptações de nomes, mas com certeza é alguém que não faz ideia nenhuma do que
está fazendo.
Vamos ao filme, ele trata de vingança (como o
nome ORIGINAL sugere...), luto, ódio, perdão, tolerância e em um nível um pouco
mais baixo de preconceito e alguns outros temas.
Agora de cabeça não me recordo de ter visto algum
outro filme dinamarquês, mas posso dizer que eles parecem saber o que estão
fazendo quando se trata de dramas o filme é muito bom. Interessantemente é um
drama feito de uma maneira totalmente diferente dos italianos - mestres na arte
de representar o sofrimento humano - mas ainda assim com o mesmo impacto final.
Posso dizer sem dúvida que esse é um dos filmes
mais emocionantes que já vi até hoje. Ganhou o Oscar de melhor filme
estrangeiro de 2011 e até onde sei sobre seus concorrentes foi muito merecido.
Não assisti a todos os outros, mas assisti ao Biutiful (também excelente, mas
nem tanto) e ao Kynodontas (que filme bisonho, pretendo fazer o review dele
em seguida).
É um filme muito bem feito, e visualmente muito
bonito, com cenas da paisagem local entremeando a história e que consegue
contar muito bem a história de todos os seus personagens. Não sei se
propositalmente, mas ele começa fazendo você pensar de um modo e termina
mostrando que o melhor mesmo é o outro modo de ver as coisas.
Também fiquei um pouco confuso com o começo, (não
vou colocar isso como spoiler, pois se passa nos primeiros minutos do filme,
então é inofensivo) ele mostra a cena de um médico na África e depois um menino
lendo o trecho final da Fábula do Rouxinol. Não sabia se o menino era o tal
médico no passado ou se tratava de outra pessoa totalmente diferente, por um
segundo fiquei perdido, mas depois o próprio filme se explica e tudo fica claro.
Fora isso não há muito que dizer sobre o filme,
apesar de tudo ele é bem comum eu diria, bem parecido com os filmes americanos.
Mas não se deixe enganar por esse "comum", pois apesar disso ele
consegue passar sua mensagem muito efetivamente.
Recomendaria a todos, sem exceção, o filme é
maravilhoso, posso dizer sem hesitação que se tornou um dos meus filmes
favoritos. E prepare-se, porque a menos que você seja feito de pedra com
certeza irá chorar.