ESCONDER SPOILERS

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Sukkar banat - Caramelo (2007)

Como não consegui colocar a frase no idioma original, fica em português mesmo:

"- O que me mata é a que ponto eu sou tonta.
Toda minha vida depende de uma buzina."

Creio que seja o primeiro filme libanês que eu vejo, e posso dizer que gostei bastante. Ele me lembrou dos poucos filmes israelenses e iranianos que assisti, mas curiosamente com um toque do cinema do leste europeu. Geograficamente o Líbano fica na mesma região de Israel e do Irã, o que explica essa semelhança na maneira como os filmes são feitos.

A adaptação do título para o português também é bem coerente pelo que pude pesquisar. Não chega a ser uma tradução literal, mas pelo que percebi do filme, mantêm o mesmo sentido do original. De acordo com o Google translate, “Sukkar banat” seria alguma coisa como “garotas do açúcar”, então “caramelo” não seria nada muito absurdo e usando o filme como contexto fica melhor ainda.

Pode ser que o filme não seja tão marcante e que não tenha nenhuma característica que realmente se destaque, mas o conjunto geral é excelente. É um filme muito bem feito e com uma história muito bem construída e gostosa de acompanhar. Um filme muito mais agradável de ver do que algumas superproduções recentes de Hollywood. 

Como a sinopse diz, ele na verdade é a junção da narrativa do dia a dia de cinco mulheres que convivem juntas ou de alguma maneira interagem umas com as outras. Não sei se fui só eu, mas ele me lembrou vagamente os filmes do Woody Allen. Esse modo de estruturar a história é muito usado nas produções dele. As atrizes principais são muito boas. Aliás, todos no filme atuam bem. A ambientação também é muito boa, em vários momentos pude sentir o calor e a aridez do clima.

Não estou familiarizado com a política e história do Líbano, mas pelo que vi filme (e pela rápida pesquisa que fiz), estou assumindo que se trate de um país com influências islâmicas, então os temas abordados são um tanto controversos, tanto os abertamente discutidos pelas mulheres como pelo que é somente insinuado seriam motivo de graves represálias. Isso demonstra muita coragem por parte da diretora

Aproveitado que estou falando sobre a direção, quero dizer que fiquei agradavelmente surpreso com a Nadine Labaki, além de ser a diretora é uma das atrizes principais, e faz um trabalho muito bom em ambas as frentes. Não que isso tenha nada a ver com nada, mas ela além de ser uma ótima diretora e atriz é uma mulher muito bonita...

Recomendo o filme para quem gosta do estilo de produção do leste europeu ou pra quem gosta do estilo do oriente médio. Como ele mantém as características da região e também incorpora toques europeus pode agradar ambos os públicos (ou desagradar os dois, mas eu acho isso muito improvável). Quem gosta dos filmes do Woody Allen também vai gostar, pois apesar do tema central não sei o relacionamento de casais o modo como a história se desenrola lembra bastante as produções dele.

O trailer não é ruim, um tanto longo, mas não é ruim...


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