Como não consegui colocar a frase no idioma original, fica em português mesmo:
"- O que me mata é a que ponto eu sou tonta.
Toda minha vida depende de uma buzina."
Toda minha vida depende de uma buzina."
Creio que seja o primeiro filme libanês que eu
vejo, e posso dizer que gostei bastante. Ele me lembrou dos poucos filmes
israelenses e iranianos que assisti, mas curiosamente com um toque do cinema do
leste europeu. Geograficamente o Líbano fica na mesma região de Israel e do
Irã, o que explica essa semelhança na maneira como os filmes são feitos.
A adaptação do título para o português também é
bem coerente pelo que pude pesquisar. Não chega a ser uma tradução literal, mas
pelo que percebi do filme, mantêm o mesmo sentido do original. De acordo com o
Google translate, “Sukkar banat” seria alguma coisa como “garotas do açúcar”,
então “caramelo” não seria nada muito absurdo e usando o filme como contexto
fica melhor ainda.
Pode ser que o filme não seja tão marcante e que
não tenha nenhuma característica que realmente se destaque, mas o conjunto
geral é excelente. É um filme muito bem feito e com uma história muito bem
construída e gostosa de acompanhar. Um filme muito mais agradável de ver do que
algumas superproduções recentes de Hollywood.
Como a sinopse diz, ele na verdade é a junção da
narrativa do dia a dia de cinco mulheres que convivem juntas ou de alguma
maneira interagem umas com as outras. Não sei se fui só eu, mas ele me lembrou
vagamente os filmes do Woody Allen. Esse modo de estruturar a história é muito usado
nas produções dele. As atrizes principais são muito boas. Aliás, todos no filme
atuam bem. A ambientação também é muito boa, em vários momentos pude sentir o
calor e a aridez do clima.
Não estou familiarizado com a política e história
do Líbano, mas pelo que vi filme (e pela rápida pesquisa que fiz), estou
assumindo que se trate de um país com influências islâmicas, então os temas
abordados são um tanto controversos, tanto os abertamente discutidos pelas
mulheres como pelo que é somente insinuado seriam motivo de graves represálias.
Isso demonstra muita coragem por parte da diretora
Aproveitado que estou falando sobre a direção, quero
dizer que fiquei agradavelmente surpreso com a Nadine Labaki, além de ser a
diretora é uma das atrizes principais, e faz um trabalho muito bom em ambas as
frentes. Não que isso tenha nada a ver com nada, mas ela além de ser uma ótima
diretora e atriz é uma mulher muito bonita...
Recomendo o filme para quem gosta do estilo de
produção do leste europeu ou pra quem gosta do estilo do oriente médio. Como ele
mantém as características da região e também incorpora toques europeus pode
agradar ambos os públicos (ou desagradar os dois, mas eu acho isso muito
improvável). Quem gosta dos filmes do Woody Allen também vai gostar, pois
apesar do tema central não sei o relacionamento de casais o modo como a
história se desenrola lembra bastante as produções dele.
O trailer não é ruim, um tanto longo, mas não é
ruim...
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