
Não tive interesse de ver esse filme quando ele foi
lançado e não o teria visto agora se não tivessem me dito que era muito bom e
pedissem que eu fizesse um review dele. Acabei então assistindo.
Muitas vezes acabamos perdendo filmes excelentes
por não dar muito crédito a eles. Esse com certeza não é o caso do “A árvore da
vida”. Apesar de não ter uma nota baixa no IMDB e ter uma fotografia muito bonita,
como filme ele é ruim, muito ruim eu diria.
Os primeiros quarenta minutos são totalmente
dispensáveis, apenas um amontoado de imagens bonitas mas sem nenhuma espécie de
sentido. Tive a impressão de estar vendo um documentário sobre o planeta Terra,
o universo e vida microscópica. De vez em quando uma frase curta era dita, mas
tudo sem nenhum nexo.
Antes que alguém diga alguma coisa, sim, eu
entendi o objetivo dele com a montagem das imagens e tudo mais, só que não
ficou legal e não é minimamente relevante para o resto do filme.
Só porque você coloca umas imagens bonitas e fala
paulatinamente sobre algo triste não transforma automaticamente o que você está
dizendo em algo profundo. O pano de fundo desse começo foi a morte de um dos
irmãos, mas foi algo feito de uma maneira tão abrupta e superficial que não
teve impacto nenhum em mim. O personagem não foi desenvolvido e trabalhado o
suficiente para que eu tivesse criado qualquer tipo de ligação ou simpatia por
ele. Lidar com a morte de alguém não é necessariamente sinônimo de um filme tocante
ou filosófico, é preciso trabalhar o tema.
Bom, depois desses quarenta minutos onde eu tive
que me segurar para não desligar o filme e ir fazer outra coisa melhor como, por
exemplo, ficar olhando a grama crescer, eles finalmente começam a montar algo
que se aproxime de um filme de verdade. Mas de uma maneira esparsa e excessivamente
lenta, o que eles usaram quase uma hora e vinte podia muito bem ser feita na
metade desse tempo. Faltou ritmo nessa “segunda parte”.
E o filme não é curto, tem cento e quarenta
minutos, ou seja, usaram quase duas horas e meia para algo que poderia muito
bem ser feito em noventa minutos. Ele não é como o Cloud Atlas, que é longo, (muito
longo!), mas tem um motivo válido, aqui o filme só se arrasta por duas horas e
vinte pelo simples fato de poder ocupar esse tempo.
Outra coisa que também achei totalmente sem
propósito: o personagem do Sean Penn. Ele deve aparecer por uns cinco minutos se
somarmos tudo para dizer duas ou três frases curtas. Parece que só resolveram
colocar ele no filme para poder dizer "O nosso filme é estrelado pelo Sean
Penn!".
Eu consigo entender porque algumas pessoas
gostaram do filme, pois no geral ele não mal feito. Fora o começo totalmente
horrível, as atuações na segunda parte do filme não são ruins, e a ambientação
também não deixa a desejar. Mas eu não gostei nem um pouco e não irei recomendá-lo
para ninguém, pois achei a história fraca, mal estruturada e desenvolvida.
O trailer tem mais ou menos os mesmos problemas.
Imagens bonitas sem nenhuma espécie de ligação não fazem um bom filme (ou
trailer). Esse diretor estaria bem melhor montando aquelas apresentações
motivacionais que recebemos por email de vez em quando...
Desta vez não vou concordar com você em nenhuma de suas observações. Achei um filme extremamente sensível e de muito bom gosto. Assisti ao filme por duas vezes e fiquei emocionada em diversos trechos. A relação dos filhos com os pais, os sentimentos e aprendizados no decorrer da infancia, as experiencias com os irmãos, e o contato com a morte, são imagens muito intensas. Sem contar que a atuação dos atores principais é nota 10. Quando a mãe fica sabendo da morte do filho, a impressão que se tem, é que estamos olhando para algo real. Eu adorei, recomendo, e com certeza assistiria novamente.
ResponderExcluir